Mandando letras sobre o papel


Lembro-me bem da sensação maravilhosa de abrir a caixa de correio, quando pequena, da casa onde vivia com meus pais e irmãos, e receber uma carta, um cartão postal, um pacote. O coração pulsando forte, enquanto abria o envelope ou embrulho ou, tentando decifrar a letra de quem enviava.
Havia tanto da pessoa, do momento, do sentimento, na forma como escrevia, na maneira como consertava erros, nos detalhes que se acresciam à composição no papel.
Amei tanto, cada um destes momento, que guardei tudo, absolutamente tudo o que recebi pelo correio.
Hoje relembrei esta alegria, ao mandar para uma amiga um cartão postal cheio de minhas letrinhas. Ela mora na mesma cidade que eu, nos falamos pelo telefone e nos vemos pessoalmente algumas vezes até. Mas isso não diminui em nada a delícia que é recuperar este sentimento e fazer este carinho para alguém.
Mande você também uma carta, um cartão postal...
Não sabendo para quem, minha caixinha de correio está de "porta aberta".



"Como guias que à distância podem comunicar
espaços, os monumentos e a arquitetura a serem
visitados e admirados, os postais acabam por
fundar, na repetição das imagens, o hábito."
Schapochnik

Um comentário:

Robson Schneider disse...

Ei otilia
Escrevi um texto sobre o mesmo assunto, pois é algo que sinto muita falta... a expectativa de chegar é fantastica e pensar que a pessoa quando escreveu a carta ou o cartão Postal, se dirigia apenas a você no pensamento e na escrita...
Não tinha cópia oculta, mensagens em massa e tampouco você era mais uma janelinha piscando e que as vezes acaba esquecida, ou esquece com quem fala e sai sem dar tchau...
Abraço