Pequenos luxos e mimos


Estou de férias.
Em casa.
Chove.
Só eu e meu filho de 8 anos (marido trabalhando, filha, de 15, viajando).
Adoro cozinhar e comer. Mas adoro mais ainda o processo e seus rituais e a estética do prato, o bem servir.

Resultado: tivemos um almoço digno de refeição preparada por chef:

Filé mignon de novilho grelhado sobre manteiga de sálvia e alecrim (colhidos na "horta-vaso" de meu cantinho), servido sobre "caminha" de queijo brie derretido com nata fresca e, sob tudo, crostine do mesmo queijo;
Purê de batata doce;
Suco natural de maracujá com carambola, colocado em taças "bojudas", decorados com uma "estrela" de carambola e folhinhas de hortelã (da mesma horta-vaso) em canudo preto.
(Não tirei fotos, mas a que está ai em cima, do Bleu Restaurant, faz jus. Te mete!)

O melhor de tudo doi que o filho de 8 anos adorou a coisa toda, da maneira como o almoço foi servido, comendo e tomando tudinho.

Brindamos enquanto a chuvinha fina caía. Degustamos e nos divertimos...

Ai, ai. Coisa boa estar de férias. Em POA...

Língua Portuguesa

Em pleno início de implantação da reforma da Lingua Portuguesa escuto em dois importantes veículos de comunicação (um canal de televisão nacional e uma rádio local), da boca de dois inteligentes jornalistas as expressões: "(...)foi falta, claramente. O jogador foi seguro pela camiseta" e "aconteceu bem na hora que ele havia chego".

Se estes dois profissionais conseguem ser confundidos assim pelas regrinhas antiguinhas de uso do particípio o que irá acontencer com a tentativa de incorporar novas regras?!

Salto alto


Imagem: John Willie's Bizarre


Preparo-me para sair. Com o marido.
Banho, roupa, maquiagem... e agora? O mais difícil... sapatos!
Se pudesse, andava sempre descalça. É como fico sempre que estou em casa e a temperatura lá fora é maior que 10ºC.
Tenho horror a escolher sapatos. À exceção de um bom tênis, todos, a certa altura, tornam-se desconfortáveis.
Lembro de alguns comentários que já escutei por ai (amigos, rádio, televisão) sobre a diferença que faz um salto alto para a mulher. Tolinha, embarco nessa de fazer charme e coloco um sapato (lindo, por sinal - na prateleira...) cor de ameixa, salto plataforma delicado, e lá vou eu, abafando.
Meia hora depois já não sei o que fazer com meus pés. A dor é lancinante.
Passo a equilibrar-me desajeitadamente sobre eles.

Minha biblioteca, e últimas leituras, está recheada de autores chineses, que, saídos do país há duas décadas, começam agora a revelar ao mundo algumas das verdades do oriente que ignorávamos quase que por completo. Uma das descrições que aparecem em todas as obras que contam a histórias das gerações daquele país e que mais me apavora é o costume, não tão longinquo, de quebrar os ossos dos pés da menina, a partir de seus dois anos, enrolá-los em gaze, mantendo os dedos voltados para baixo. Isso porque a mulher que tivesse os pés maiores que 12cm era rejeitada pela sociedade e jamais conseguiria casar-se. A imagem frágil da mulher tentando equilibrar-se sobre os pés deformados e doloridos, em passos curtos, era adorada pelos homens.

Algo me diz que oriente e ocidente não estão assim tão distantes.

Louca pra chegar em casa e massagear os pés com Shiatsu!

2009

RECOMEÇAR

Não importa onde você parou.

Em que momento da vida você cansou.
O que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo.

É renovar as esperanças na vida e o mais importante.
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?

Foi aprendizado.
Chorou muito?
Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas vezes?

É porque você fechou a porta até para os anjos.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da sua melhora.
Onde você quer chegar?

Ir alto?
Sonhe alto.
Queira o melhor do melhor.
Se pensarmos pequeno
Coisas pequenas teremos.
Mas se desejarmos fortemente o melhor e
Principalmente lutarmos pelo melhor
O melhor vai se instalar na nossa vida.

Carlos Drummond de Andrade