Acreditar

Tenho uma teoria, baseada e formulada apenas na experiência empírica, de que o segredo de cada um de nós para viver bem e ser o que se quer ser é a auto estima. Construída desde muito cedo, muito mesmo. Quando acreditamos que podemos chegar lá, não tem tremor, dor de barriga, suor frio e seja lá o que for que nos impeça de tentar.
Acho que é por isso que me emociona a história de Paul Pott, que tem se espalhado por e-mails e blogs mundo virtual afora. Eu serei mais um a divulgar, mas porque realmente me emociona.
Paul sofre com a baixa estima desde cedo. Era um menino gordo, dentuço, desajeitado e sem aparente talento. Foi massacrado na escola, cada vez por um dos motivos listados, ou por todos eles. Nascido em Bristol, Inglaterra, filho de um motorista e de uma caixa de supermercado, ele mesmo trabalhou como estoquista e vendedor de celulares.
Muito sozinho, fazia algo que muito de nós praticamos: canto no chuveiro. Desconfiado de que podia aprender mais sobre música, essa companheira fiel que lhe dava tanto prazer, em 2000, juntou a grana que ganhou como prêmio num concurso de perguntas e respostas para ir à Itália, assistir a uma apresentação de Pavarotti e estudar a língua de seu ídolo. Foi então que começou a pensar que poderia sonhar em ser um cantor de ópera. No entanto, no período, teve várias complicações de saúde, tendo que fazer cirurias e tratar um câncer.
Até que, já com 37 anos, juntou forças e resolveu participar de um concurso, o Britains Got Talents, uma espécie de "Fama" da TV inglesa. O concurso é como todos os outros de TV: um formato idiota, cruel, que busca mais o sarcasmo dos jurados, um certo sensacionalismo, e a diversão com os mais ousados e com pouco talento.
Mas o cara supreende a todos, imagino que até a si próprio. Enfrentando todo o seu histórico, a platéia, os jurados e os telespecatadores, vestindo um terninho barato, ele abriu a boca e começou a cantar, controlando o pavor.
Hoje ele é muito conhecido na Inglaterra e pelo mundo afora.
Eu me emociono ao ver a cena do concurso. Repare como os jurados começam discrentes, quando o rapaz diz que vai cantar ópera. Depois, vale a pena vê-los boquiabertos.
Confira:

3 comentários:

Beto Canales disse...

Dois detalhes: todos estavam preparados, vê-se pelas imagens, para rir...

E esta é a prova que talento não tem preconceitos de onde aportar, felizmente.

Robson Schneider disse...

Bem cheguei aqui via Beto, e gostei... sabe, estudei canto lirico muito tempo e cheguei a cantar em algumas ocasiões singulares, depois me encontrei de fato na MPB, que é o que faço hoje... Mas o canto lirico chegou na minha vida assim tambem meio de surpresa e me ajudou na perceber que eu tambem existia.
BJ

Flor de Tília disse...

Olá, Robson,

É uma boa via, não é? E ainda sem cobrança de pedágios. :)
O canto... O importante é encontrar-se, seja lá por quais caminhos. Mas, através da música, deve ter qualquer coisa de divino "quando um deus sonso e ladrão, fez das tripas a primeira lira e animou todos os sons..." (Chico Buarque).
Beijo